quinta-feira, 8 de novembro de 2007

DEMITIDO



Ontem a coisa pegou fogo aqui. Durante a tarde teve até repórteres dando flagrante. Uma zona total. Bom, não teve repórteres, mas foi digno de Márcia ou aqueles outros programas horríveis de TV aberta.

Lá pelas 11 da manhã aconteceu o que eu queria. Dois fiscais da matriz chegaram e autuaram meu chefe por levar prostitutas ao trabalho. Não sei se o verbo é autuar, não sei se ele pagará multa ou será demitido. Só sei que os caras entraram, sem bater, e pegaram o grosso metendo numa vadia, de quatro, encostada no canto da sala. Eu que liguei para eles, hehehehe.

Ele estava com as calças na canela, ainda de camisa, gravata solta, arqueado sobre o corpo da prostituta. Ela, de saia levantada para cima da bunda, calcinha lá nos tornozelos. A cena era linda. Até eu vi. E, na hora, espalhei para todo mundo do escritório. Há certas coisas que nem MasterCard faz por você. Um boato correndo rápido é a melhor solução.

Ouvi socos, tapas, gritos. A puta saiu correndo lá de dentro. Fiquei imaginando se ela estava de calcinhas ou não. Os dois fiscais seguravam o chefe, gritando CALA A BOCA, PORRA de forma estrondosa. Não teve uma só pessoa que ficasse em seu posto de trabalho. Aos poucos as pessoas saíam de suas salas, se aglomeravam nos corredores, se amontoavam nas salas ao redor. Estava tudo uma maravilha, quando o filhadaputa disse "Ela trabalha aqui! Não é prostituta, é uma vadia!".

Meu disfarce caiu por água a baixo. Olhando furiosamente para mim, todo desarrumado e cabelo bagunçado, aquele chefe mesquinho e ganancioso graniu: "Você está demitido, Covallini! DEMITIDO! E aquela putinha sua, a Cidinha, também! Saiam os dois daqui agora!!". Eu fiquei branco. Olhei para os fiscais e nenhuma expressão ou reação estava à suas faces. Meu chefe ainda tinha poder legal para me demitir. E eu estava demitido.

Sim, é verdade. a prostituta era a Cidinha. Eu liguei para ela. A idéia era dar o flagrante no chefe e ele se foder por causa disso. Algo deu errado. Talvez ele propinou os fiscais. Eu deveria ter previsto isso.

Juntei algumas coisas e fui embora. Alguns passos rua abaixo estava Cidinha. Vestida de puta estava muito gostosa, devo confessar! Mas o que nos unia não era o sexo. Ambos estávamos manchados pela vergonha e pelo poder absoluto de um chefe corrupto numa empresa que sempre admirei. Cidinha atuou muito bem, conforme eu pedi. Por mais que ela gostasse de sexo, estava humilhada. Lágrimas corriam de seus olhos, gentilmente. Pensei que ela iria me xingar, mas só me abraçou, chorando. Não falei nada. Só abracei seu corpo, de volta. Me deu uma puta vontade de passar a mão naquela bundinha redondinha. Mas não era o momento. Acabei levando-a para minha casa.

Eu realmente não esperava por aquele lance da demissão. Nem o meu, nem o da Cidinha. Mas eu tinha o plano B na cabeça. Cidinha olhou de relance para mim, chorando ainda.

- Por quê você está sorrindo?
- Porque você ganhou uma viagem para a praia, com hospedagem e alimentação gratuita!

Ela me olhou com cara de quem não entendeu. No fim se deu por vencida. Não preciso citar que comi a Cidinha ontem e hoje cedo, né? Daqui do PC de casa dá pra acessar internet. Não é tão rápida quanto lá no ex-trabalho, mas é útil. Vou deixar o texto para ser publicado pelo blogger. Daqui 15 minutos estamos indo para BH, resolver esta questão do meu chefe. Me desejem sorte, porra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abobra Diário.