Ela passa, olha de canto de olho sem diminuir a marcha. Eu pisco para ela, um leve aceno e vejo um sorriso inocente mal disfarçado no rosto jovem. Que sua mãe não veja. Nem minha mulher.
Hoje dei sorte. Encontrei-a sozinha no ponto de onibus. Um sorrisinho de quem não sabe oque dizer. Para tira-la do constrangimento de ter que iniciar a conversa, tomo a iniciativa:
- Nossa, como a vida é engraçada, não acha?
- Ahã
- Saber que você logo ficará igual a sua mãe é de doer a alma.
- ????
- É. A natureza não perdoa. Não tem jeito nem remédio.
- Idiota!
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