sábado, 15 de dezembro de 2007

A vida .

Cada vez que ela passa por minha mesa, deixa pra trás perfume, uma herança. Mesmo sem notar sua presença, o cheiro me dá a certeza que ela se fez presente. Instintivamente procuro, e sempre ainda tenho tempo de ver suas costas, seu corpo, sua bunda mareando dentro do vestido solto. A calcinha marcando a cintura se perdendo num recheio de carne, a perfeição de um corpo que me tira do serio. A mulher é linda, tem o rosto sóbrio, os cabelos escorrendo pelos ombros, o seio miúdo, meu Deus, estou apaixonado, sei disso, já senti essas emoções, que do pensamento, explodem uma ereção desapropriada. E nada me impede, ela esta ali, não existe nada que possa evitar que eu a aborde. Eu quero aquele corpo , está decidido, estou decidido.
Só estamos os dois no escritório, caminhei calmamente, Denise estava no bebedouro, a intensidade do perfume aumentava, olhei para a estampa do vestido, calculei certeiro e lhe apertei uma das nádegas com firmeza. Denise assustou-se , mas manteve a sobriedade quase cínica quando me olhou nos olhos e os semicerrou:
- Que susto Fernando!
Eu respirava rápido, meu peito parecia estar oco, meu coração reverberava, eu expirava pela boca. Da firmeza, minha mão só manteve a certeza, acariciei sua bunda e meus dedos hora avançavam por sua fenda, hora fugiam curiosos para suas pernas. Denise sentiu todo o desejo e, receptiva, fechou os olhos lentamente, os abrindo em seguida, me dizendo sim sem emitir um único som.
- Denise, preciso falar com você...eu te quero , quero essa bunda na minha casa...
De um primeiro contato, aquilo já quase se transformou em lasciva, Denise já não pensava , aproximou seus lábios o mais perto possível de minha boca sem toca-la, vi seu pelos dourados e finíssimos abaixo do nariz, seus poros, eu estava perto demais.
Pensei: me diz algo, Denise, me liberta desse não, me deixa em paz, me tira desse lugar frio, me ama e me faz viver, me leva contigo seja lá pra onde for...ouvi o sussurro e quase não acreditei:
- E o que minha bunda vai fazer na sua casa?
Eu tinha calculado tanta coisa, pensei tanto, ensaiei palavras, criei esse momento tantas vezes sozinho na minha cama, sofri o desespero da falta, do não ter, da ausência:
- Sua bunda pode ir na minha casa e ...ir na minha casa e ...
- Fala Fernando, diz! - Suplicou Denise. Respirei fundo e não tive escolha:
- Tipo assim...ir dar uma cagada?!? Soltar um peido?? Sei la meu, essa pergunta foi foda, não tinha imaginado isso...porra, perguntar o que tua bunda vai fazer na minha casa foi sacanagem...
- Babaca...- Disse Denise quase me agredindo. Eu ainda pude sentir o calor de seu corpo se esvaindo de minha mão:
- Mas...
- Vai pro inferno e volta pro teu computador, você não passa de um blogueiro!

Blog não mata, só faz deixar de viver.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abobra Diário.