terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Minha vizinha, a velha Graça, viuva e sem filhos, cansou de viver sozinha. Achou que precisava de companhia e, toda radiante apareceu com um Poodle em casa. Tenho certa amizade com ela, mas me irritava um pouquinho aquele dengo todo com um bicho feio daqueles: "Olha nenê, a mamãe comprou figado pro nosso almoço" dizia ela pro animal enquanto preparava o almoço, no qual era eu convidado. Ver ela almoçar com o vira-latas no colo foi o cúmulo, o bicho lambia os beiços próprios e os da velha, que ria-se toda. Um nojo!

Não bastasse os latidos infernais, o bicho deu de passar para o meu quintal e cagar na minha grama, sumir com o tapete da porta ou um chinelo de desse bobeira do lado de fora.

Acordei cedo, com o barulho do entregador de jornal e fui apanha-lo no portão antes que o cachorro-bode comesse todas as páginas. Abro a porta e sinto algo diferente logo na primeira pisada. Porra, cagar na porta já é muita sacanagem! Faço de conta que não me zango, chamando-o para perto de mim e afago-lhe o pescoço, enquanto acaricio seus pelos brancos com um chinelo bosteado, com enfase no focinho. Pego mais um pouquinho de caca da calçada e esfrego nas patinhas, no rabo e no corpo todo. Despacho o bicho com um passa-fora e vejo-o sumir para dentro da casa dela, torcendo para que empesteie pelo menos metade dos cômodos.


Da próxima, lembre de trazer o peniquinho, bicho feio!

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