ABOBRA – Fosse bom, não era vermelho.

Saio do escritório sempre as 17h, mas naquela sexta feira fui obrigado a estender-me um pouquinho mais para lavar os copos e cinzeiros da sala de reunião. Vida de aspirante a auxiliar de escritório não é fácil.

Saí bufando, batendo portas bem devagar para o chefe não ouvir e entrei no elevador numa tipica birra de curitibano. Não cumprimentei a ascensorista e sai do elevador como um desesperado “vou perder a Malhação” pensava enquanto apurava os passos. Na pressa, não ví que vinha uma moça em minha direção, tão abobalhada quanto eu, pois não me viu também e esbarramos forte. Meu primeiro impulso seria xinga-la, não fossem dois motivos: Estava no chão com cara de dor e era linda, muito linda.

Pedi desculpas e muito solícito ajudei levantar-se. De nada adiantava, estava uma fera e o melhor a fazer era sair do raio de alcance de sua bolsa. Corri para fora e em segurança vislumbrei seu corpo lindo mais uma vez. Apontei o dedo médio seguido de um impropério e corri pegar meu ônibus.