segunda-feira, 3 de maio de 2004

Coisas que vem do nariz

O clima aqui em Brasília é muito seco, e tem aquele efeito da baixa umidade que cria cracas em nossas narinas. Vivo com o dedo no nariz, cutucando e beliscando tirando os ranços colados na parede nasal. O ar é pesado e a poeira fica suspensa porque não tem brisa refrescante no cerrado, acaba virando um vício, e acho isso uma completa falta de educação cutucar o nariz em lugares públicos. Mas foda-se. Faz tempo que não tenho mais educação em público, vou perder tempo no banheiro só pra limpar as narinas ? Estou na rua andando, meto o dedo no nariz, tiro a pelanca imunda de dentro, faço uma bolinha roçando com os dedos e dou um peteleco pra longe. Eu podia estar fumando, bebendo, me drogando por aí, mas não, estou tirando meleca do nariz.

Até as mulheres se sentem incomodadas.
- Gory tem jeito de você ficar pelo menos 30 minutos com o dedo longe do nariz ?
- Aqui no restaurante o ar é condicionado e seco. Meu nariz está cheio de coisas.
- Tudo bem, vai no banheiro, né ? Não na mesa do restaurante, tenha modos né. Fica depositando essas coisas debaixo da mesa
- Você é muito fresca
- E você é o maior porco que já conheci. Tenha paciência

Me lembrei agora quando era moleque, e dormia na beliche na parte de baixo e colava minhas cracas na madeira de cima. Todos ficavam horrorizados com a fileira de meleca que se acumulava no estrado. No colégio me deram o apelido de “Gory Melequeira” por causa desse meu péssimo hábito. Nem sei porque estou colocando isso no blog. Deve ser porque isso aqui é um diário, e em diários as pessoas escrevem coisas íntimas.

As raras mulheres que acessam esse blog, me responsam: Vocês querem saber mais detalhes íntimos de minha existência ? Quem tiver interessada levanta o mouse !

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