quinta-feira, 26 de agosto de 2004

O meu fim é assim

Imaginem que essa semana estou trabalhando mais que formiga em véspera de inverno. Como posso pensar em algo a mais na minha vida, se layouts e mais layouts transbordam na minha tela, prazos de poucas horas, gritos de aflição e dor quando algo dá errado, almoço corrido, indigestão e vômitos sobre o teclado.

- Engole o vômito, vamos engole, precisamos cumprir o prazo !

10 horas, 12 horas 15 horas de serviço. Em casa de madrugada alguém liga, "Acorde maldito, o layout está errado, você tem 20 minutos pra estar aqui". No caminho o carro capota 20 vezes porque dormi no volante, então cai dentro do lago, e meu corpo jamais é descoberto.

Na verdade consegui nadar até borda do lago, não me lembro de nada, fico andando durante meses pela cidade igual a um mendigo. Um mês depois, vou parar em São Jorge na Chapada, lá eu conheço uma lunática hippie, então temos 8 filhos em uma vila alternativa escondida na floresta da chapada. 50 anos depois de tanto tomar chá alucinógeno e comer bolinhos de arroz, meu corpo quase se desintegra, e como manda as tradições meus restos mortais se tranformam num tapete estranho no meio do templo de oração da vila.

Esse é o meu fim.

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