Capitulo Cinco. Diamantes são eternos. Pilhas não.
No segundo dia sem energia, o país encontrava-se arrasado. Estradas tentaram ser fechadas sem sucesso por iniciativa de seus administradores, que alegavam temer acidentes, mas na realidade lamentavam a impossibilidade de cobranças em seus pedágios. O exercito sem contato de seu comando, permaneceu a postos em seus quartéis. A policia militar não colocou seus pelotões nas ruas, pois também não podia garantir a integridade física de sua tropa. Os saques destruíram centros comerciais e o mal cheiro provocado por comida estragada era insuportável. A coleta de lixo, os correios, todo serviço publico, ou privatizado nesse sentido , parou de funcionar. Aeroportos e portos marítimos não permitiam partidas nem chegadas. Vários automóveis pararam no meio das ruas por ausência de combustível. Incêndios de vários portes assolavam todo o Brasil, pois na tentativa de iluminar a noite, a população improvisava lanternas com produtos inflamáveis e os acidentes eram constantes. O calor , o lixo e a falta de água, trouxe moscas e ratos. As prisões foram abertas. Paises que fazem divisa com o Brasil, fecharam suas fronteiras e não permitiam a entrada de brasileiros em seu território. Corpos já eram enterrados sem identificação e os idosos morriam pelo calor. Sem controle algum, não se sabia quantas pessoas já haviam perecido por causa do apagão. Seitas e igrejas anunciavam o fim do mundo e murmuravam orações pelas ruas. E nas praias de todo o litoral, alguns aviões do exercito americano cortavam o céu , mantendo-se a distancia visível , como se dizendo: estamos aqui. As pilhas foram se consumindo e as crianças diziam que papai Noel morreu. O natal passou esquecido.
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