terça-feira, 4 de outubro de 2005

Excrevendo.


Professor Pasquale, está sentado na bancada ao lado de Xuxa. Eles fazem uma entrevista coletiva sobre o novo projeto de Xuxa, o "Excrevendo", que conta com o apoio do famoso divulgador da correta língua portuguesa. Visivelmente contrariado com o nome do projeto, Pasquale permanece com os braços cruzados e sentado em desleixo. Sua sobrancelha esquerda esta arqueada e sua expressão é de poucos amigos. Era claro que o dinheiro falara mais alto por sua participação. Xuxa fala com falso entusiasmo do projeto, visto que sua verdadeira função era abater imposto de renda. O professor ouve o sotaque carioca com ojeriza:
- Nos vamoss reunirr crianças de todas idadess! A idéia é fazer varias unidadess.
Um baba ovo pergunta da platéia:
- Quantas unidades no inicio?
- O projeto prevê o mermo numero de escolass por mesess do ano, douze!
Pasquale suspira tomado de fúria bestial, os olhos injetados de sangue orbitam em delírio. Ele bate as mãos abertas na bancada, saca uma Colt 45 da cintura de suas costas e agarra Xuxa com uma gravata. A ponta da arma treme nervosa enquanto esta apontada à têmpora da loira:
- FALA DE NOVO! FALA QUE EU NÃO OUVI CORRETAMENTE!
Os segurança rodeiam a situação, mas mantêm distancia precavida. A loira balbucia apavorada:
- Fa..lar o que?
- QUANTOS MESES TEM UM ANO??!?
- ...errr...douze?
O professor abre os olhos ameaçador e engatinha o revolver. Eleva o ângulo da arma a altura da cabeça de Xuxa e grita:
- FALA DIREITO, FILHA DUMA PUTA! VOU ESTOURAR TEUS MIOLOS! REPETE COMIGO: DOZE! DO-ZE! REPETE!
- ....dou...dou...dou...
- NÃO VOU TOLERAR O ERRO, NÃO VOU ACEITAR....- Xuxa respira fundo e num esforço sobrenatural diz:
- Doze!
A platéia comemora aliviada com um grito de alegria. Pasquale derruba Xuxa com uma rasteira , levanta as mãos às balançando efusivamente e agradece sorrindo. Varias faixas de apoio são erguidas e o professor é carregado pela multidão ate o caminhão do corpo de bombeiros que o aguarda pra desfile em carro aberto. Viva o Professor Pasquale.

Agora pensem comigo. Como seria possível um momento tão emocionante e maravilhoso como este narrado , se não houvesse uma arma para corrigir erros de português?

Nota. Eu tenho uma arma . Ela está devidamente guardada em lugar de difícil acesso e desmuniciada. Não tenho a mínima intenção de usa-la e só a possuo porque ela me foi dada. Em nenhuma hipótese eu compraria ou portaria um revolver. Esse tipo de situação (andar armado) na minha opinião é de uso exclusivo de vagabundo, da policia ou de alguém altamente treinado para tanto. Eu não preciso de uma arma. Se você precisa, faça o tramite legal e qualifique-se para portar ou possuir uma arma de fogo. Os textos que escrevo sobre o assunto não refletem meu ponto de vista e só tem esse perfil em função do conteudo do blog.

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