ABOBRA – Fosse bom, não era vermelho.

Lúcia dorme profundamente agora. É engraçado olha-la assim, dormindo de bundinha para cima, ah, essa bundinha que tanto almejei deveria me fazer mais feliz do que eu realmente estou. Na verdade, me sinto péssimo. Ela é amiga de longa data de Janaina, minha esposa, e eu sou amigo do Marinho. Pelo menos ele pensa.

Apesar de gostar de conversar com Marinho, sempre o achei meio bobo. Gosto de ver o jeito que ele fica sem graça ao contar minhas peripécias sexuais a ele. Ele ri sem graça, mas gosta de ouvir. Só ouve, nunca conta nada. Acho que nem apronta, só deu sorte ao casar com Lúcia. Se dão bem, ela é bonita e fogosa. Ele não tem motivos pra comer por fora. Eu é que sou um idiota... Não, ele que é! Não fazer uma bundinha dessas com cinco anos de casado, é um otário. Teve o que mereceu e fim, não me remoerei mais com isso.

Só me faz pena minha esposa. Também me dou bem com ela. Tão ocupada em ser mãe, em ser uma boa dona de casa, não posso reclamar que às vezes esqueça uma coisinha ou outra, como raspar os pentelhos, por exemplo. Esse cuidado é para as que ainda pensam no sexo, sem mais ocupações talvez. Ah Lúcia, até o rabinho vem depilando para mim. Continuaria assim se casássemos? Ah que o álcool que é péssimo conselheiro a já está afalar bobagens. Imagina, casar com ela, que absurdo! Melhor ir embora.

Tirarei algumas fotos no celular. Que Janaina veja. Emolduraria essa foto se pudesse. Que tal o Marinho entrar em minha casa e deparar com essa foto emoldurada na parede da sala? Capaz de nem reconhecer que é a bunda da esposa. Corno e mané.

- Lúcia, acorda minha putinha. Ta na hora de ir. Não, não dá mais tempo. Não....Só mais umazinha então, sua safada!