quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

GAMBLING



Adam ajeita sua camisa branca. Limpa o suor da testa com as costas de sua mão esquerda. A mão direita segura duas cartas bem firmes. Do outro lado da mesa, um senhor de quarenta e poucos anos, meio gordo, com um terno bem cortado, mantém os olhos frios fixados nas pupilas de Adam.

Ele sua mais. Treme. Como experiente jogador que é sabe que seu oponente tem algum jogo bom nas mãos. Ele olha para as cartas na mesa. Olha para sua mão. Olha para suas fichas. Olha para a mulher, que o acompanhara hoje à mesa de jogo. Ele só precisava de mais uma carta. Só de mais uma.

- Aposto tudo!
- Okay, he he he.

O croupier abre a próxima carta. Não era aquela. Adam treme, sabe que seu jogo está um fiasco e agora, mais do que nunca, ele pode perder tudo ou ganhar uma bolada. O croupier queima a próxima carta e já ia virar a próxima:

- Espere! Espere! Eu aposto minha mulher!
- O QUÊ? - grita ela com o pavor estampado no rosto.
- É isso mesmo! Eu aposto minha mulher!
- Mas você não pode me...
- ACEITO!

E dois seguranças já rodeavam o casal. A última carta é virada. Um três de ouros. Não era a carta que precisava. Ele solta um palavrão que é repreendido pelo seu oponente. Adam abaixa a cabeça e sai do galpão sem nem olhar para trás.

Com uns trocados no bolso ele vai ao primeiro bar que encontra. Pede uma bebida barata. Uma mulher chega ao seu encontro:

- E aí, garotão? Quer realizar sua fantasia?
- Era justamente isto que ia lhe propor. Quer ser minha esposa durante esta noite?

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