quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O bom partido


Dora era uma dona de casa caprichosa em seus afazeres domésticos, uma esposa exemplar, uma mãe amável e uma estudante universitária muito esforçada.
Sua vida era estável e repleta de afazeres corriqueiros que, até então, enganavam-na bem, da mediocridade que vivia.
Seu cotidiano resumia-se praticamente a obrigações, obrigações e mais obrigações. Isso, talvez, não seria tão árduo se sua natureza não fosse tão romântica e sonhadora...

Mas foi exatamente no fim daquela tarde de sexta-feira, depois de uma briga sem pé nem cabeça com seu marido, por mais uma de suas crises doentias de ciúmes e posse, que, antes de sair de para sua aula, deu um basta naquilo tudo:

- Acabou, Rui... Acabou! Se tiver ainda o mínimo de amor próprio, arrume suas coisas e saia desta casa! – Exclamou incontestavelmente, saindo porta afora.

Dito e feito. Orgulhoso que só ele e no calor dos acontecimentos, catou tudo que era seu por direito e saiu antes que ela voltasse.

Os dias seguintes foram-se passando, passando, passando... E, não precisou de muito para perceber que suas tarefas diárias haviam aumentado consideravelmente, com a separação. Porém, as brigas com seu (ex) marido tornaram-se cada vez mais esporádicas e, aos poucos, começara também a incluir certos prazeres que, em sua vida conjugal, dificilmente obtivera.
Contudo, deste relacionamento, alimentava-se ainda, alguns encontros íntimos. Já os seus sonhos e fantasias, passaram a ser alimentados por um relacionamento virtual que, nesse meio tempo, arrumara.

Agora... Não era somente esses tipos de prazer que ela necessitava de um homem... Havia também certos afazeres funcionais que, sem sombra de dúvidas, o desempenho masculino era consideravelmente superior ao de qualquer mulher, dentro de casa: Os “serviços braçais”. E, infelizmente, nesse quesito, ficara na mão...

- MMMas o que é isso?!?! – Indagou-se, desacreditando no que via. - O que tá acontecendo aqui na escada do prédio?! O zelador com a moradora do 501?!

É, pelo visto, parece que Dora arrumou alguém para dar conta do serviço de pequenos consertos e reparos em geral, de sua casa...

E o conto de fadas? Ah, a vida não é o que se imagina...

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