segunda-feira, 8 de junho de 2009

Assassinatos em massa.


Meu nome é Francisco, o da minha esposa é Lúcia, minhas duas filhas se chamam Sarah - 10 anos - e Samantha - 12 anos - e meu filho, bem mais velho, Diogo - 21 anos - que nasceu prematuramente quando eu e minha mulher éramos ainda bem jovens, sendo um dos principais motivos do nosso casamento. Ah! E nossa cadelinha, vira-lata, Pituca.
Nossa casa se localiza em uma pequena cidade, com características de zona rural. Não há muito o que fazer por aqui, mas tenho como hobby, colecionar rifles. Possuo pendurado na parede da sala, desde o “Yellow Boy” - primeiro modelo, fabricado em 1866 - até os inovadores modelos de 1895.
Bem, mas não era sobre isso que gostaria de falar. Quero lhes contar sobre a última e recente conversa que tive com meu filho, ontem à noite, sobre “assassinatos em massa”.
Estávamos na sala, assistindo jornal: Eu, Diogo deitado no sofá de três lugares, as meninas brincando de boneca no sofá de dois lugares e Lúcia logo ao lado, arrumando a mesa para o jantar.
Nisso, surpreendentemente, apareceu uma matéria na televisão falando sobre um americano do Alabama que havia assassinado uns colegas de trabalho e seus supervisores, onde culpava-os por sua demissão.
A partir daí, minha conversa com Diogo começou:
- Esses caras são mesmo insanos! - Ele disse - Devem ser extremamente furiosos e impulsivos! Coitada das vítimas... Estavam no lugar errado e na hora errada.
Diante ao comentário, respondi à sua errônea observação:
- Muito pelo contrário, Diogo. Esses tipos de assassinos raramente são insanos e espontâneos, eles sabem exatamente o que estão fazendo e não são levados a matar atendendo vozes do além...
Por ele demonstrar bastante interesse, assim como todos, de uma maneira geral, estavam também atentos à conversa, resolvi continuar:
- Geralmente, esses criminosos visam patrões e seus colaboradores ou cônjuge e seus filhos... Muitos deles não são impulsivos, mas sim metódicos e seletivos quanto às vítimas que escolhem assassinar.
- Mas pai - disse Diogo, sentando no sofá - pensei que esses assassinos fossem iguais aos que cometem homicídio... Afinal, quem mata um, mata cinco!
- Não, meu filho - rebati mais uma vez à sua indagação - assassinatos em massa revelam padrões bem distintos dos homicídios. Tanto nos locais onde moram, quanto nas armas utilizadas e até mesmo no tipo de pessoas que querem atingir...
Como já era de se esperar, devido ao prolongamento daquela conversa, Lúcia foi logo se manifestando, querendo cortar o assunto - até porque, notou que Sarah e Samantha aparentavam assustadas - mas Diogo insistiu em continuar:
- Caramba, pai! Impressionante! Como o senhor sabe tanto sobre isso?
E então, o que há muito previa, aconteceu. Naquela hora, resolvi colocar, de uma vez por todas, o rifle no assunto.


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