terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Um casal politicamente correto.




Minha professora substituta de Historia. Ela era gostosinha mesmo. Tinha no máximo 30 anos. A antiga professora estava de licença maternidade. Uma velha chata da porra, já tinha me deixado de DP no terceiro bimestre. Agradeci por estar no ultimo bimestre e que nunca mais a veria de novo. Mas a nova professora, essa era um oásis no meio de tanta gente feia. Chamava-se Cíntia. Vestia-se como uma teenager , calcinhas minúsculas e muitas das vezes não usava sutiã. Com aqueles peitinhos durinhos, era difícil prestar atenção na matéria. Eu já tinha 18 anos e a olhava com sede. Regulava suas curvas e suspirava com sua voz. Essa fixação foi me tomando a tal ponto, que já freqüentava a escola somente pela Professora Cíntia. Com notas praticamente fechadas, só havia a pendência em Historia. Justamente nessa matéria idiota. Numa das aulas , ela veio me falar. Foi o mais perto e intimo que consegui ate então.
- Pablo, você tem que se recuperar nessas ultimas aulas. Vi que você precisa de nota. Vou te passar um trabalho de reforço.
Inalei seu suave perfume. Vi seus cabelos finos e loiros, caírem sobre sua testa. Olhei dentro de seus olhos verdes e vi os cílios se moverem. Podia sentir a maciez de sua boca. Fui interrompido.
- Você me ouviu, Pablo?
- Eu te amo...

A mulher é pega de surpresa. Ela passa a mão no ouvido e coloca uma mexa de cabelos atrás da orelha. Ajeito de novo o cabelo e sente as pernas arquearem. Esta nervosa e sem reação.

Eu estou em pânico, mas não demonstro. Posso ser expulso da escola. Meus amigos podem me humilhar pelo resto da vida. Mas não falei nada demais. Cíntia olha ao redor e confirma que seus alunos não notaram o que aconteceu. Alguns estão conversando, outros lendo. Sem nada dizer, ela afasta-se e senta-se em sua mesa. Não quer me olhar. Eu temo pelo pior quando a vejo escrever algo num caderno. O sinal toca e todos saem apressados da classe. Pego meu material e vou em direção a porta. A professora me chama:
- Pablo, você deve me apresentar uma pesquisa sobre o antigo Egito. Nessa folha tem algo pra você se orientar no trabalho. Me entregue na segunda cedo.
Peguei o papel envergonhado, me sentindo ridículo. Porque fui fazer uma besteira dessas? Cabisbaixo , dobrei o papel e o guardei na caderno. Não quero olhar Cíntia agora. Ela continua:
- E eu não gostei da brincadeira. - Minha boca esta seca. Minha voz sai quase embargada.
- Não era brincadeira. - eu a fito nos olhos - Não pude evitar. Me perdoe professora.

Cíntia esta visivelmente nervosa. Desajeitada, pega suas pastas e livros. Não esperava minha confirmação. Deixa cair um caderno e abaixa-se.

Pelo decote de sua camisa , vejo seus seios marcados pelo sol. Um colo decorado com sardas. Ela me olha agachada e sente-se invadida pelos meus olhos. Fecha o decote com a palma da mão e sai quase correndo da sala.

Algo aconteceu ali. Uma coisa estranha. Cíntia entra no seu carro e voa pra casa. Tranca a porta de seu apartamento e sente-se mais segura. Sozinha, passa horas pensando no que aconteceu. Pensando em mim. Eu também pensei nela. Namorei sua caligrafia numa folha de papel. E fiz o trabalho escolar. Na segunda , trocamos um olhar estranho na porta do colégio. Um olhar de receio.

Cíntia estava tensa. Não entendia porque passara todo fim de semana pensando num garoto. E a pior coisa que ela podia sentir, era querer olha-lo. Impaciente, aguardou Pablo. E ele a procurou.

- Professora, o trabalho - Falei lhe passando as folhas - espero que a senhora goste.
- Obrigada, Pablo. Vou ler no intervalo.

Ansiosa, Cíntia guarda o trabalho entre suas coisas. Quer ler agora, tem certeza que Pablo escrevera algo sobre ela. Afasta-se e procura a discrição da Sala dos Professores. Lá , ela abre o trabalho e procura indícios de cumplicidade, um recadinho, uma declaração de amor. Nada encontra. O trabalho foi totalmente neutro. Envergonhada, vai trabalhar. Naquele dia não veria Pablo de novo. Mas pensaria todo tempo nele.

Os dias passaram-se rápidos. Sofri cada minuto longe da escola. Descobri rotinas e os lugares que Cíntia freqüentava. Seu endereço e o mercado onde ela fazia suas compras. Quero vê-la a todo momento.

A ultima aula é de Historia. Tenho que fazer algo. Os olhos de Cíntia se cruzam o tempo todo com os meus. Ela termina sua aula e a classe dispara pela porta de saída. Sou o ultimo aluno a sair. A professora me aborda:
- Quantos anos você tem, Pablo?
- Tenho 18. Fiz em janeiro. E você?
- Bem, você vai aprender que é indelicado fazer essa pergunta a uma mulher, mas vou relevar. Tenho 29 anos.
A conversa é aberta. Não estamos preocupados com hierarquias. Somos homem e mulher.
- Na verdade eu já sabia da sua idade.
- É mesmo? - caminhamos juntos, saindo da classe - fez investigações a meu respeito, Pablo?
- Mais ou menos. Posso te chamar de Cíntia?
- Aqui dentro do colégio? Não, Pablo, aqui você continua me chamando de professora.
- Mas o único lugar que encontro você é aqui.

Paramos na porta do carro dela, dentro do estacionamento. Foi um final de linha. Aqui termina. Só verei Cíntia passando pelas ruas. Ou segunda no colégio de novo. A mulher agora quer mais:
- Você mora aonde?
- Moro perto da Vila.
- Quer uma carona?

Entrei no carro como um estúpido, parecia que era a primeira vez que entrava num. Cíntia ajeitou o espelho retrovisor e os cabelos. Sentada , me dava plena idéia de um par de coxas bronzeadas e bem trabalhadas. Sem qualquer tipo de reação contraria, a agarrei pelos braços e a beijei na boca. Ela respondeu, afagando minha nuca e puxando meu tórax em direção ao seu. Por um instante parecia que íamos nos engolir. Ela se recompõe e diz com a boca colada na minha:
- Vamos pra minha casa.
A curta viagem nos deixou tensos. O carro ficou na garagem e subimos comportadíssimos no elevador. Trancada a porta de seu apartamento, Cíntia se atira sobre mim. Conduz minhas mãos em seu corpo, me ensinando onde devo tocar. Seus seios estão nus e não preciso da clandestinidade para olha-los. Mordo seus bicos e ouço a voz sussurrando:
- Pablo, Pablo...
E respondo com o orgulho da primeira vez que posso falar seu nome:
- Cíntia.
Descobri cada detalhe de seu corpo. Cada ângulo, todas as cores de seus pêlos e todo seu cheiro de mulher. Me senti o melhor dos homens quando ela tocou meu sexo com sua língua. E ficamos ali por horas. Nos lambuzamos em sexo e luxuria. Eu tenho Cíntia e ela me tem. As dez da noite era hora de ir. Nos despedimos com amor.
Mantive o caso com Cíntia ate que ela me aprovasse em Historia. Tirei 10 sem ler a prova.Depois a dispensei.
Sou muito novo pra ficar comendo essas velhas. Vou abrir uma exceção com a gerente do meu banco. Ela deve ter uns 50 anos. É que meu saldo devedor já esta em três paus.

É isso?

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