quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

FLASHBACK

Era uma semana tranquila para mim. Até que meu chefe convoca-me, aos berros, à sua sala. Sem demoras, exige que eu dê meu cu em troca da minha permanência no emprego. Disse que tinha 24h para decidir.

Não podendo deixar que minha masculinidade fosse afetada, armei um plano com a Cidinha, uma putinha do emprego. Chamei fiscais da filial e deixei a coisa rolar. Na hora "H" o chefe suborna os fiscais e demite Cidinha e eu.

Sem espaço para choros, planejo uma nova vingança. Vou até a matriz, em BH, com Cidinha. Exponho o caso ao superintendente que, no fim de contas, resolve me apoiar. Naquela noite Cidinha aparece morta. Na manhã seguinte descubro que meu chefe também foi morto. Foi encontrado uma mensagem suicida em seu quarto.

Assim sendo, nesta prerrogativa, eu seria o novo presidente da filial, com plenos poderes de fazer o que quiser, ganhando o dobro do meu salário e com participação nos lucros da empresa.

Saiu tudo como eu planejei.

O Plano
Armei o caso com o zelador que fez a proposta ao meu chefe. De alguma forma eu precisava de um álibi para retirá-lo do cargo. Ele aprontaria um escândalo, eu o demitiria através da matriz e, quem subiria ao posto dele, seria eu (já que eu era a pessoa imediatamente abaixo dele).

Cidinha
Mas não só: precisava de um bode-expiatório: Cidinha. Sendo quem sempre foi, sexo e poder para ela são essenciais. Consegui, através de umas noites dormindo com aquela puta, jogar umas idéias na cabeça dela. Se ela agisse conforme o combinado, tudo daria certo para nós. Ela se disfarçou de puta, armou um escândalo secundário, não esperava a demissão, o que foi de grande ajuda para prosseguir o plano!

Belo Horizonte
Ela me apoiou interinamente, fez sua parte, em dedurar o chefe abusador. Com isso ela também ganhou todos os requisitos básicos e trabalharia ao meu lado. Mas, neste caso, ela iria ficar sabendo demais, e com poder demais! Eu a matei. Saí do quarto e fui comprar cigarros. Como demorei, e só foi percebido o corpo depois da minha volta, fica sendo um álibi para que eu não seja culpado: a morte foi neste espaço de tempo.

Investigação
Mas... quem? O chefe apareceu morto na manhã seguinte. Ora, deu tempo suficiente para ele ir até o hotel e matar os dois. Mas eu não estava, só Cidinha. Então ele a mata, volta para seu hotel e se mata. Eu continuei vivo. Bem vivo. E com muito poder!! E ninguém pode me culpar de nada....!!! É uma história bem convincente, embora improvável.

O Desfecho
Seria o caso de retornar, naquela mesma tarde, imediatamente, para minha cidade. Tirar uns dias de folga e voltar ao trabalho. Como supremo! Como chefão! Como Deus do meu emprego. Só faltava, depois, conquistar a matriz e eu seria o Deus onipotente e onisciente!!!

A bichinha
A bichinha era um policial que estava na delegacia. Insistiu em ir com o pessoal à cena do último crime, o suposto suicídio do meu chefe após matar Cidinha. Entrou sozinho. Saiu com cara de quem "comeu e não gostou".

Eu já estava comemorando minha vitória, no camburão, quando a bicha falou:

- Covallini, você é o culpado de todos estes crimes. A morte de Cidinha e a morte do seu chefe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Abobra Diário.