sexta-feira, 13 de junho de 2008

Prólogo.



Walter havia notado algo de errado naquela arvore. Ela fica ali plantada, um jeito meio arrogante, aquela cara de paisagem, aquele ar de desprezo, pensava. E por essa cisma, levava seu cachorro pra mijar nela toda noite.
- Mija bastante nessa porra dessa arvore, Tôbi, mija aí!
Mas a arvore que era muito astuta, aproveitou-se de uma madrugada chuvosa e trocou de lugar com um chapéu de sol que morava a alguns metros dali. Tal a surpresa de Walter, com Toby preso a coleira, quando viu, o quanto ardilosa era a mente maligna daquela arvore maldita. E foi ao seu encontro:
- Olha arvore, isso não vai ficar assim não, você não pode simplesmente atravessar a rua e mudar de lugar, isso aqui não é zona não!
O homem cuspiu com raiva no tronco e voltou para casa bufando, arrastando o pastor:
- Essa arvore vai se foder comigo, você vai ver Tôbi!

Walter no dia seguinte foi trabalhar. Silvia, sua esposa, tomava o café da manhã e dava pequenos pedaços de pão para Tôbi que os comia rapidamente a espera de mais:
- Sabe Silvia, acho que o Walter esta ficando louco...
- Porque você diz isso, Tôbi? - disse a mulher jogando mais pão para o cão.
- Ontem à noite ele ameaçou uma arvore. Falou com ela e tudo...
- Falou com uma arvore?
- Sim, falou...Passa manteiga nesse pedaço...Disse ainda que a arvore mudou de lugar, acho que esta ficando doido, maluco.
- É ter é muita merda na cabeça pra falar com uma arvore, não é? E doido mesmo ele vai ficar é se saber da gente...
- Falando nisso, vamos?? - Disse o cachorro abanando o rabo freneticamente.
- Seu cachorro! Safado! - Respondeu Silvia com um sorriso malicioso no rosto.

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