segunda-feira, 22 de setembro de 2008

OLHOS ATENTOS

Guria estranha. Conheci um dia desses num café no térreo do prédio. Cabelos longos, lisos e macios, escuros. Andava com classe, com estilo. Sua altura de 1,75 a fazia parecer uma modelo. Suas roupas sempre combinavam com o dia e com seu humor. É incrível, parece ser daquele tipo de mulher de propaganda de perfume caro.

Sei que eu não era muito o tipo dela, mesmo assim cheguei junto. Joguei um papo verde tosco só para ver se ela mordia a isca. E mordeu! Sorte assim não se arranja fácil. Conversa vai e conversa vem, descobri que ela trabalhava como sócia-gerente numa firma, alguns andares abaixo de onde eu trabalhava. Eu nem sequer tinha ganho promoções nos últimos cinco anos!

Inteligente, bem humorada e gostosa! Mas, "pera-lá!". Dizem que quando a mulher é perfeita ou tem mau-hálito ou tem chulé. Só tinha um jeito de descobrir: pegando ela. E peguei. Que língua, que tesão. Era só marcar de ir pra casa dela pra tirar a roupa toda. Já vi que o primeiro não tem, e duvido muito do segundo. E fui.

Lá eu peguei de todos os jeitos. Numa hora eu abri os olhos pra ver como ela ficava de olhinhos fechados. Porra, meu! A mina tava de olho aberto! Tipo, arregaladão, saca? Perdi o tesão na hora! "Qual é?" e ela disse que é por um trauma. Trauma meu cu, moça, fecha essa porra de olhos. "Não consigo". Foi aí que dei o primeiro soco. "Fecha, porra!". Ela não conseguia. Começou a chorar e eu comecei a socar. Cada batida era um grito "fecha, fecha, fecha!". Inchou, sangrou. Ela desmaiou. Aí seus olhos fecharam e eu pude fazer o que tinha ido fazer. É muito estranho a mina ficar te encarando o tempo todo. Muito estranho.

Meia hora depois ela acordou, quase chorando, soluçando. Me viu ali, parado, olhando pra ela. "Você fica linda de olhos fechados. Mas tenho que ir agora". Ela mal levanta do chão, esticando os braços num desespero sussurrando: "Não vá! Fique!".

Não, moça. Comigo é assim: só casual. Mulher quando apaixona é difícil de aguentar.

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