
Edir e Jesus foram conhecer o templo. O diálogo de apresentação fluía com desenvoltura. Como eu nada tinha com aquela conversa fui rezar pro bezerro de ouro. Ajoelhei em frente a estatua e comecei a lamuria:
- Seu bezerro de ouro: O senhor sabe que sou temente a sua fúria e peco-lhe perdão pela alcatra que comi ontem...
Jesus aproxima-se só e toca em meu ombro:
- O que você faz, Velho? Reza para o bezerro? Uma imagem?
- Claro, ele é Deus! Esse bezerro vai crescer, Jesus. Vai virar um boi grande, gordo, forte e com um belo par de cornos.
- Que bobagem...
- E no futuro vai querer se vingar, por eu ter comido o pai , a mãe ou algum parente dele, vai saber... não quero ficar levando chifrada desse bicho , por isso, rezo! Bezerro de ouro é vingativo, meu! E esse negocio de comer gafanhoto e raiz , blerg, tá por fora! Eu gosto mesmo é de churrasco!
- Cala-te! Você não sabe o que diz! Deus está comigo!
Levantei serio. Olhei bem pra Jesus e falei em desaprovo:
- Deus está com voce?? Então vá lá e devolva! Que coisa feia! Me enche de vergonha, como você vai e me rouba Deus?!? - Comecei a revistar suas roupas - Cadê? Cadê? Me dá isso que vou devolver! O que é? É um chaveiro de ouro do bezerro?
Jesus bate em minhas mãos, impedindo minha busca em sua túnica. E fala com gravidade:
- Venha que vou lhe mostrar quem é Deus!
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